Luciana Esmanhotto | Somos o que comemos!!!
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Somos o que comemos!!!

Sempre adorei o assunto…mas não encontrava muitos adeptos à causa. A cada dia que passa novas descobertas aguçam as ligações entre sistema nervoso central e sistema nervoso entérico!

Não há mistérios que o cérebro é considerado o rei do organismo. Composto por caixa craniana, medula e sistema periférico, ele executa várias funções, sendo algumas conscientes e outras inconscientes. Contudo, sabe-se que existe um sistema nervoso no intestino do corpo humano, conhecido como Sistema Nervoso Entérico (SNE), cérebro visceral ou simplesmente “segundo cérebro”; que inicia da metade do esôfago até o ânus, e a sede preferencial é o intestino fino.
São nas vísceras que todas as funções são executadas pelo sistema nervoso entérico, com exceção do esfíncter pilórico (saída do duodeno). Só recentemente este “segundo cérebro” tem atraído a atenção dos pesquisadores, justamente pela sua incrível estrutura neural e, juntamente com a comunidade microbiana, capacidade de interferir no Sistema Nervoso Central (SNC).

Desta forma fica decretado o eixo de comunicação entre o cérebro e o intestino, podendo a informação ser gerada em ambos os órgãos.

Diferenças entre dois cérebros

Cérebro Visceral ou Entérico (SNE) – Intestino

  • É autônomo em relação ao cérebro cerebral;
  • Não possui nenhuma interferência que deforma a informação. Está a serviço do egoísmo integral do seu portador.
  • Interessa-se exclusivamente pela vida do vivente;
  • Está nas vísceras, principalmente no intestino delgado. Possui de 200 a 600 milhões de neurônios;
  • Age por utilidade e funcionalidade do organismo;
  • Faz um conhecimento das informações de maneira sensório visceral de toda a unidade de ação, em resposta a um estímulo externo;
  • Produz a maior parte do neurotransmissor serotonina, ligado ao prazer.

 

Cérebro (Sistema Nervoso Central)

  • Dependência em parte do cérebro do intestino para muitas coisas. O intestino não acata muitas vezes os comandos do SNC;
  • Encontra-se condicionado por uma cultura, tradição aprendida do meio ambiente onde se formou;
  • Formou-se vários anos depois do cérebro do intestino (aproximadamente 5 anos mais tarde);
  • Responde por meio de memórias apreendidas às necessidades sociais dos grupos familiares e societários.

 

E a flora intestinal?

E como estamos falando do “segundo cérebro”, não podemos deixar de mencionarmos os cuidados da flora intestinal, pois a microbiota entérica é composta por microrganismo.

São mais de 500 espécies de bactérias formando um ecossistema rico, em termos qualitativos e quantitativos. Dois fatores influenciam a variedade das bactérias no nosso tubo digestivo: o peristaltismo e a acidez gástrica fazendo com que a distribuição da microbiota não seja homogênea. Assim, cada indivíduo possui uma microbiota específica, apesar das singularidades em comum.

Essa microbiota vive em simbiose com o sistema digestivo: recebe abrigo e nutrientes e, em troca, ajuda na digestão de alguns alimentos e na regulação do organismo. As bactérias produzem substâncias, participam ativamente da comunicação entre cérebro e intestino e ainda interferem na nossa saúde, nos deixando predispostos a doenças e até influência nos comportamentos, emoções e sentimentos.

Estudos recentes evidenciam que a comunidade simbiótica intestinal exerce um impacto concreto na relação cérebro-intestino, uma vez que os microrganismos comensais influenciam o SNE e o SNC, interferindo na saúde do indivíduo. Um desequilíbrio nesta relação pode trazer disfunção tanto ao nível gastrointestinal (GI) como do SNC, refletindo em doenças inflamatórias intestinais, perturbações funcionais gastrointestinais, no comportamento alimentar (anorexia, obesidade), perturbações do espectro do autismo e perturbações do humor, ansiedade e depressão.

Outros estudos revelam que perturbações psiquiátricas também estão relacionadas a doenças gastrointestinais e evidenciam a importância da harmonia entre os dois cérebros. Como o intestino é responsável pela liberação de mais de 30 mensageiros químicos, que transmitem informação de um lado para o outro e na comunicação do corpo com o cérebro, é primordial mantê-lo funcionando adequadamente.

O que comer para regular o segundo cérebro?

A função principal do intestino é o controle do processo digestão e excreção, porém também controla os anticorpos decidindo, por exemplo, quais bactérias podem “morar” dentro da gente.

O primeiro passo para mantermos uma flora intestinal equilibrada é adotarmos hábitos saudáveis, a começar por uma alimentação natural.

Alguns alimentos contribuem fortemente por serem ricos em nutrientes e propriedades que ajudam a deixar o estado digestivo íntegro.

Fibras: alimentos como feijão, soja, vegetais de folhas escuras, frutas, cereais integrais e aveia ajudam a garantir a cota necessária de fibras.

Vegetais e legumes: dietas vegetarianas, por seu alto teor de fibras, são extremamente benéficas para o equilíbrio e a saúde da flora intestinal.

Cereais integrais: são ricos em fibras e contêm alguns carboidratos que são absorvidos apenas quando chegam ao intestino grosso. Alguns exemplos são arroz integral, aveia, chia, linhaça e granola.

Iogurtes com probióticos: esses nutrientes estimulam a multiplicação das bactérias e melhoram a absorção de nutrientes em geral. Utilizados em casos de constipação, diarreia e deficiência da microbiota.

Polifenóis: alimentos como chocolate amargo, uvas, amêndoas, cebola e brócolis.

Probióticos x Prebióticos
Probióticos são produtos cheios de bactérias saudáveis. Alguns iogurtes, queijos e o leite fermentado fazem parte da classe – também é possível encontrar probióticos em sachês e cápsulas.

Prebióticos são alimentos para as bactérias da microbiota trabalharem direito. O sistema digestivo não consegue quebrar as fibras das comidas de origem vegetal, caso da cebola, do alho e da aveia.

Os micróbios devoram esses compostos e, a partir deles, produzem substâncias benéficas à saúde.

O que evitar?
Evitar os alimentos processados, os açúcares e os adoçantes. Alerta: “O açúcar é o alimento preferencial das bactérias patogénicas, que ao reproduzirem-se vão ficar em vantagem”.

Então fique muuuito atento,pois mais do que nunca vale aquele tradicional ditado: Somos o que comemos!!!!!!

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